Sabe aquelas viagens
que você nem pensa em organizar “por agora” e de repente você está lá? Pois foi
o que aconteceu comigo em relação ao Chile. Viviane, uma amiga minha, me devia
umas milhas e um dia me liga “Kizzi, semana santa vamos pro Chile!”. Viajante
que sou, topei logo.
A ideia de Viviane
era ir apenas para o Atacama, já que alguns amigos já conheciam Santiago.
Ocorre que, quando vou num país, faço de tudo pra conhecer a capital. Convenci
meio mundo de gente e acabamos reservando 03 dias para Santigo.
Fomos pra Santiago
pela TAM e, depois de deixar meus damascos e minhas amêndoas no aeroporto (no
Chile não aceitam a entrada de alimentos e outras coisitas), chegamos ao IBIS
Las Condes, em Santiago. Hotel novo, tudo novo! Boa localização, com café da
manhã e um preço excelente para o que estávamos planejando. Pagando no cartão
de crédito ou em dólar, eles não cobram as taxas!
Em Santiago, com
três dias, passeamos logo pelo centro: Primeiro, na casa de Pablo Neruda, La Chascona; Depois, no Cerro San
Cristóbal, onde tiramos muitas fotos legais; à noite, fomos jantar no OSAKA,
muito bem recomendado pelos relatos na internet. Nossa, o OSAKA merecia um
tópico próprio de tão maravilhoso que era!
No dia seguinte,
iríamos pra Valparaíso e Viña del Mar, mas, em virtude de um incêndio, optamos
por passar o dia em Santiago e almoçarmos no Restaurante Giratório. Achei
legal, mas muito caro!
No nosso último dia
em Santiago, fomos na vinícola del Bosque, já que achei a Concho e Toro muito
turística. Excelente vinícola, com provações de vinhos e um almoço maravilhoso
no restaurante da própria vinícola. Depois, fomos para Isla Negra, conhecer a
casa de Pablo Neruda. Muito legal!! Para isso, contratamos um carro particular
e, dividido por 5 pessoas, o preço saiu mais do que acessível!
No dia seguinte,
partimos de avião para Calama, aeroporto mais próximo do nosso próximo destino:
O deserto do Atacama! Interessante que, comprando as passagens diretamente no
site da LAN Chile, em pesos chilenos, elas saem mais baratas!
Li muitas coisas, na
internet, sobre o deserto, sobre que roupas usar, como se proteger... A mala,
como bem resumida por uma das blogueiras que li, era esquizofrênica! Tinha
de tudo: biquíni, saída de praia, havaianas, casaco de esqui, muitas blusas de
manga comprida, casaquinhos, blusas regatas etc. Sendo assim, com muitas coisas
pesadas, tive que tomar muito cuidado com a mala que, para o Chile, não poderia
ultrapassar 23kgs!
Prosseguindo em
relação ao Atacama, Simone, umas das amigas, pesquisou na internet e descobriu
que os passeios saíam, em geral, 8hs, com retorno às 12hs, e 16hs com retorno
às 20hs. Isso porque, no espaço entre 12hs e 16hs, há uma alta incidência de
radiação solar, o que fazia com que as agências não realizassem passeios nestes
horários! Diante disso, compramos um voo que saía de Santiago às 8hs e chegava
em Calama às 10hs. De Calama, para San Pedro, a depender do meio de transporte,
poderíamos chegar em até 2hs. Por isso, já separamos um passeio que iniciasse
às 16hs.
Para San Pedro do
Atacama, famoso vilarejo que dá suporte aos turistas que curtem o deserto do
Atacama, saindo de Calama, tínhamos como opção uma van que custava $13 mil
pesos chilenos (ou $20 mil ida e volta. O balcão ficava já próximo ao local da
retirada das malas!), ônibus ou taxi. Como éramos 3, optamos pelo taxi que
cobrou $15 mil de cada uma, mas saía imediatamente (a van somente 13hs),
permitindo que chegássemos no hotel, descansássemos um pouco e curtíssemos
melhor o passeio pro Valle de la Luna
e de la Muerte.
Nosso amigo Renato
já estava em San Pedro há alguns dias e já tinha adiantado e pesquisado as
agências turísticas mais comuns e os passeios ofertados. Assim, ele encontrou a
agência Likan Antai (Rua
Caracoles, 151) como a mais barata em termos de passeios. O passeio do Valle de
La Luna e de La Muerte nos custou $6 mil pesos (cerca de R$30).
O nosso hotel no
Atacama foi o Hotel Kimal, próximo
ao Vilarejo, café da manhã gostoso, pessoas educadas, quartos limpos, jacuzzi
(pra relaxar depois das duras caminhadas, eheheh). Além disso tudo, eles
ofereciam um café da manhã “delivery”, quando os passeios saiam muito cedo! Era
um cuidado bom...
Pro primeiro
passeio, achei que a escolha foi perfeita: entramos em contato com o deserto e
já iniciamos a vida na secura! Gente, MUITO protetor solar! O tempo todo!!
Protetor labial, Bepantol creme nos lábios, um frio e um calor em questão de
segundos etc. Muito legal!! O Valle de la Luna recebe esse nome, porque se
assemelha muito à lua, com muitas crateras, pedras e areia! O Valle de la
Muerte recebia este nome, em razão de diversas mortes de índios por parte dos
espanhóis há muitos anos atrás.
Pela manhã, fizemos
o Vale do Arco-íris (que custou $20 mil pesos, mais ou menos, R$100), mas eu
achei que não valeu a pena. Muito frio, mas nada de muito legal pra contar.
À tarde fomos no
melhor passeio do Atacama pra mim: a Laguna
Cejar! Alta concentração de sal na água e uma impossibilidade de
afundar! MUITO LEGAL MESMO! A agua é MUITO fria, muito, muito, muito, mas
depois você acostuma e não quer mais sair! Vale super a pena! Nos custou $9 mil
pesos (cerca de R$45). Pela alta concentração de sal, sua pele sai branca!! Lá
mesmo, eles construíram um espaço com chuveiros e salas pra troca de roupas.
No dia seguinte, às
8hs, partimos pra Bolívia, destinados a conhecer o Salar de Uyuni, o maior
deserto de sal do mundo! Fechamos e pagamos o pacote com a empresa holandesa Ruta Verde e não tenho o que
reclamar! Saindo do Chile, passamos novamente na imigração, assim como na nossa
chegada na Bolívia. Nossa, a Bolívia me recebeu com -1°!! Ainda bem que tinha
levado um casaco de esqui, corta vento, que me auxiliou muito!!!
Foi, também, na
Bolívia que conheci o efeito da altitude: 4 mil metros acima do nível do mar e
um simples cochilo se transformou num pesadelo. Acordei assustada e sem ar! Eheheheh
Primeira parada no Valle de Rocas! Achei tudo na Bolívia
exótico, diferente, chamativo! É exatamente isso que busco nas minhas viagens! Amo!!
Eram tantas pedras que parecia uma cidade, onde as pedras se juntavam e criavam
uma imagem semelhante a edifícios de pedras!
Logo após, partimos
para o Canion de la Cascata. Gente,
posso falar mil coisas aqui, mas tudo na Bolívia era lindo demais! Era
inacreditável, era chamativo, era mágico! A vista desse Canion era linda
demais!!! Minha vontade era parar, contemplar e fixar minha mente naquele silêncio
valioso...
No fim do dia, já
que as distâncias são imensas e não há estradas asfaltadas nesta área, fomos ao
Cemitério de Trens. Esse lugar
possui muitos trens que chegaram na Bolívia no século XIX e, depois de serem
utilizados e não mais servirem, paravam e ficavam estacionados lá. Outro lugar
digno de visita!!
Para descansar o
corpo, depois de horas e horas dentro de um carro, fomos repousar no hotel
chamado Palácio de Sal. Ô meu Deus!
Que lugar maravilhoso, chique, confortável, exótico (tudo era feito de sal, a
cama, o teto, as mesas, cadeiras). O jantar estava incluído. Fora a dificuldade
de dormir, principalmente, quando virávamos na cama, dormindo, que
proporcionava uma falta de ar e um susto, tudo foi perfeito!
No dia seguinte, já
fomos conhecer o deserto de Sal, o Salar
do Uyuni. A imensidão branca chama atenção. Saber que, segundo o nosso
guia, estávamos em 10 mil metros quadrados de sal... Me chamava atenção! A
imensa branquidão do deserto permitia várias fotos em perspectiva! Massa!!!
Curtimos muito o deserto de sal, principalmente, por estarmos numa excursão
particular, com guia legal e que sabia nos encantar com as diversas paisagens
que nos levava para conhecer.
Paramos para almoçar
na Isla
del Pescados uma verdadeira
ilha no meio do Salar. Ela é coberta por cactos gigantes que crescem uma média
de 1cm por ano. Alguns, pela altura, são milenares! Ficava impressionada com o
cuidado que os chilenos deleitavam aos lugares, à flora, à fauna, mesmo estando
no meio de um deserto! O Almoço foi maravilhoso! O guia elaborou um típico
almoço boliviano: quinua com legumes e llama! Hummmm
Fotos Simone Costa
Pegamos o 4x4 e
saímos naquela imensidão branca do deserto... era algo de cinema! Podíamos
olhar e olhar e só víamos sal, com pequenos vilarejos e pessoas que viviam da
sua extração!
Em mais umas das
coisas legais do guia, ele nos levou numa loja em que vendia cervejas de coca e
de quinua! Amo conhecer a vida local,
como os locais vivem no seu dia a dia.
Próxima parada foi
na Laguna Turkiri, outro cenário mágico da Bolívia.
Fotos por Simone Costa
Fomos para nosso
hotel, no meio do deserto, com lareira, chá de coca, jantar incluído e muito
aquecedor!
Nosso último dia...
Ô tristeza de deixar a Bolívia, mas o que estava me esperando era muito melhor:
com -12°, acompanhada do meu casaco de esqui e mais umas 3 blusas em baixo, com
três calças, fui conhecer a Laguna
Colorada... Que maravilha! Muitos flamingos, muita beleza, muito frio!
Achei incrível, linda! Até o frio excessivo combinava com aquela paisagem, com
aquela sensação de natureza pura e intocada.
Passamos nos gêiseres e... a beleza do gêiseres!
Fotos por Simone Costa
Seguindo o caminho
de volta para o Chile, paramos para um banho quente em uma fonte de água,
chamada Polques! Ficamos na água
quente (média de 34°), tomando uma cervejinha de coca... Vida! Lá tinha toda
estrutura para tomar o banho, curtir o local, trocar de roupa, tomar banho e
seguir viagem! Tudo isso pago, é claro, por apenas $6 bolivianos (uns R$3).
Seguimos para o
Chile e nosso último destino a Laguna
Vierde! Pelo caminho, como tudo na Bolívia, era passível de lindas fotos.
Paramos para curtir o deserto Salvador Dali... onde as pedras se transformavam
em verdadeiras esculturas! A Laguna
vierde... foi merecedora de um grito meu, despretensioso, mas que assustou
o guia: era algo de extrema beleza que me fez refletir a existência de Deus e a
perfeição da sua obra!
Fotos por Simone Costa
No nosso retorno ao
Chile, trocamos de carro na alfândega, pagamos nossa saída (U$15 cada pessoa) e
retornamos ao nosso querido hotel Kimal,
no Atacama. Faltávamos cumprir mais alguns passeios no deserto, encontrar
nossos amigos Viviane e Eduardo, e, finalmente, voltarmos ao Brasil.
Contratamos a mesma
empresa e, já no dia seguinte, fomos ao Salar de Tara ($33 mil pesos chilenos).
Aqueles cenários do Atacama não cansam de tanta beleza...
Fotos por Simone Costa
Por fim, já cansada
de tantos passeios e ainda achando que nada mais me surpreenderia depois da
Bolívia, fomos ao nosso último passeio: Piedras Rojas! ($38 mil pesos chilenos). Gente, nunca pense que nada na vida
pode te surpreender, porque a vida acha um jeito de fazer você descobrir que o
mundo é imenso e cheio de coisas lindas... Águas Calientes e Piedras Rojas eram surpreendentes... Até
o frio exacerbado combinava com aquele cenário. Aliás, o que mais vi no Chile e
Bolívia foi um conjunto de cenários propícios para lindas fotos, para reflexão
de vida, para compreensão de que a vida merece ser vivida a cada dia....
Fotos por Simone Costa